sexta-feira, 10 de junho de 2016

DIA 13 (07/06/2016) - Estrada da Morte, Bolívia

Um pequeno comentário

Sei que muitos leitores me acompanham nesta aventura e querem ficar sabendo dos acontecimentos assim que acontecem. Entretanto, quase sempre chegamos cansados e já tarde. Além disso, em algumas localidades, a internet não ajuda e bate aquele stress digital, mas vou tentar atualizar assim que puder.


Pegando a moto

Como já mencionei na postagem anterior, deixei a moto para a revisão dos 10.000 km e fiquei de apanhá-la por volta das 12:30. Chegamos no horário e as máquinas já estavam limpinhas e prontas. Além da revisão da minha moto, eles também lavaram a moto de Geovan como cortesia. Saímos da concessionária por volta de 13:30 e tivemos que procurar outro hotel, pois o da noite anterior não tinha garagem. O Carlos da BMW nos indicou um e pus o endereço no GPS para chegarmos até lá. Só que o GPS, desde o Peru, já vinha apresentando falhas de precisão e em La Paz não foi diferente. Perdemos muito tempo em localizar o hotel e o trânsito infernal na cidade nos fez perder muito tempo. O trânsito em La Paz é simplesmente caótico. As ruas são repletas de vans que fazem o serviço público de transporte na cidade. Passageiros são pegos no meio da rua e um buzinaço intenso faz piorar as coisas. Ninguém respeito semáforo e cada um tentando se infiltrar na primeira brecha que encontrar.
Finalmente achamos o hotel. Descarregamos as malas, fizemos o check-in e nos preparamos para visitar a famosa estrada da morte.


Rumo a Coroico

Pegamos as informações da direção no hotel e partimos rumo a Coroico para, de lá, pegarmos a estrada da morte voltando. Já eram mais de 15:30. A nova estrada, construída em 2007 como alternativa à estrada original, é toda asfaltada e cheio de curvas sinuosas e fechadas, mas bem sinalizada. À nossa frente, montanhas e paredões se escondiam por entre uma neblina branca e densa, que nos fazia parecer estar viajando no céu. Abaixo, uma estradinha vicinal serpenteava pelo vale. Acredito que já era uma parte da estrada antiga. Depois de uns 35 km, avistamos uma placa grande amarela que anunciava em espanhol e inglês que ali começava a Estrada da Morte. Paramos pra tirar foto e perguntamos se era realmente ali que se iniciava a famosa estrada. Alguns trabalhadores de manutenção da carretera principal que por lá estavam nos confirmaram e entramos.

Aqui começa a adrenalina


 Pilotando no perigo

A Estrada da Morte, ou Camino a los Yungas, foi batizada com esse nome devido ao alto índice de acidentes fatais em seu percurso. A estrada foi construída na década de 30 por prisioneiros paraguaios durante a Guerra do Chaco e possui cerca de 3m de largura. Não sei porque motivo, mas o sentido da mão é feito pela esquerda, ao estilo inglês. De vez em quando placas anunciavam "mantenha a sua esquerda". Como pegamos no sentido La Paz-Coroico, fizemos o percurso descendo, com os abismos à nossa esquerda, justamente a mão que tínhamos que manter. A cada curva, pilotávamos com cuidado, mas como o trânsito hoje é só feito por turistas a pé e de bicicleta, além de intrépidos motociclistas, não levamos nenhum susto.
A estradinha serpenteia por entre as montanhas com curvas fechadas e estreitas, quase sempre sem proteção alguma. A paisagem é deslumbrante e com pequenas cascatas de água descendo da montanha. Em certos momentos, a água acompanha a estrada num pequeno canal. Parei para degustar o seu frescor.




Em certos trechos, uma névoa densa fazia o local parecer escuro e as cruzes que de vez em quando avistávamos faziam o local parecer sinistro.



Ao final da estrada, depois de andarmos cerca de 65 km, chegamos a uma bifurcação com algumas casas e perguntamos que caminho seguir. Nos informaram que pra direita seguia pra Coroico e para a esquerda, para a carretera principal, que é para onde queríamos ir pra voltar a La Paz. Como não entendi direito, segui pela direita. Mais à frente, percebi o erro e perguntamos novamente. Tivemos que voltar. Quando pegamos a carretera principal, já estava escurecendo. Chegamos a La Paz por volta de 08:30h cansados, mas completamente felizes e inebriados pela aventura que acabáramos de fazer.
Simplesmente Fantástico!!









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