domingo, 12 de junho de 2016

DIA 8 (02/06/2016) - Finalmente Cusco

Os trechos
Como fiquei devendo, segue o trecho do Dia 7, juntamente com o de hoje

Trecho Dia 7

Trecho Dia 8


Precisamos falar sobre ontem

Como sei que meus queridos leitores estão ávidos pelos relatos e como ontem, como já mencionei, não pude fazer uma postagem à altura, então:

SENTA QUE LÁ VEM A HISTÓRIA!

Partimos de Vista Alegre do Abunã às 07:48h com uma pequena cerração. Não tardou muito pra que a paisagem ficasse totalmente branca e a nossa visibilidade não passasse de uns poucos metros. A temperatura estava agradável, em torno de 20 graus.
Frequentemente, avistávamos placas de que havia a possibilidade de passar à nossa frente veados saltitantes. Como não vi nenhum para que pudesse fazer um registro, fiz com a placa mesmo.





Bem, tocamos em frente. Chegamos na fronteira ainda cedo, por volta de 13:30h. Com isso, daria para chegarmos cedo a Puerto Maldonado. Na entrada de Inapari, avistamos a logo do Peru e paramos para tirar fotos.



A quase volta dos que quase não foram

A aduana ficava um pouco mais à frente. Paramos as motos e levamos a documentação para os trâmites. Até que foi rápido. Só depois, nos avisaram que precisaríamos fazer a mesma coisa para as motos. Em frente, uma senhora gritava:
- Dólares, soles, cambio, Soat (seguro obrigatório para quem dirige no Peru), xerox!
Depois dos nossos trâmites, fomos até ela trocar reais por soles. Ficava numa pequena mercearia com cobertura de zinco. Fazia um calor infernal e dentro do estabelecimento parecia que estávamos numa sauna. Tirei todos os documentos e lhe dei para que tirasse xerox, pois íamos precisar no Sunat, o departamento que faz a vistoria nos veículos estrangeiros que adentram no Peru. Geovan começou a entregar-lhe os seus, mas sentiu falta do documento da moto. Procura num bolso, procura em outro e nada. Resolve ir até à moto e procurar nos baús. Fico num banco na sombra observando. Procura aqui, procura ali e nada. Abre todos os baús, todos os bolsos das roupas e nada. O sol continuava castigando e me fazia molhar a cabeça de suor. Enquanto isso, Geovan procurava o documento. Ele lembra que pelo menos uma xerox no Brasil ele tirou. Vai procurar a bendita, mas percebe que também não havia providenciado. Os policiais que estavam perto me perguntam o que estávamos procurando. Sem querer ainda revelar, digo que foi uma chave. A procura continua e definitivamente não encontramos o tal documento. Resolvemos contar para os policiais se seria possível passar sem o documento. Eles dizem que não, mas teríamos que ver isso no Sunat.

Procura do documento sob sol causticante

Começo a temer pela viagem. Fico pensando no que fazer se Geovan não puder passar. Vou sozinho? Retorno?
Resolvemos então ir ao Sunat, abrir o jogo e tentar argumentar que tínhamos andado mais de 5.000 km até ali e não poderíamos retornar assim. Geovan lembra que tinha feito o seguro da moto e havia um cartão identificador com todos os dados. O senhor que fazia a recepção dos documentos e os anotava em um computador tinha um semblante carrancudo e temi pelo sucesso da conversa. Geovan vai até ele e, num portunhol sofrível, tenta explicar.
Ele começa a anotar e preencher o papelote que devemos seguir em frente. Deu tudo certo. Geovan não se continha de contente. Chegou a dizer que choraria se não desse certo. Acho que eu também
Já eram 17:30h quando partimos rumo a Puerto Maldonado. A viagem foi tensa porque não conhecíamos a estrada, apesar de muito boa e bem sinalizada. Chegamos quase 21:00h e muito cansados. Por isso não foi possível fazer um relato detalhado como agora.

Dia 8 - Rumo a Cusco
Acordamos um pouco mais tarde devido o cansaço. Quando saímos, já eram 09:00h. Até Marcapata, a rodovia era plana e comum. Depois, começaram as curvas e a subida da montanha. Esperávamos um frio de rachar, que não veio. O mínimo que pegamos 10 graus. A estrada era de tirar o fôlego, pelas curvas e pela paisagem. De vez em quando, ficava em pé na máquina e dava uma brincada. Tudo dentro da segurança. A GS 1.200 é sensacional. Leve como uma pluma, dócil como um urso coala, potente como um rinoceronte. Tudo ao seu devido tempo.
A paisagem é espetacular, cortada pela rodovia que serpenteia entre as montanhas, com curvas de mais de 180 graus. Vez por outra, víamos uma linha branca rasgando a montanha. Eram cascatas que brotavam do alto e se encontravam com um rio maior que margeia por muito tempo a rodovia. Mais à frente, avistamos uma montanha coberta de gelo. Paramos para admirá-la. De vez em quando, escutava Geovan pelo intercomunicador recitando o seu mantra. Tirei algumas fotos. A certa altura, avistamos um casal de Curitiba numa moto. Eles aparentavam ter mais de 65 anos. Fizemos alguns acenos e alguns diálogos quando parávamos em certos trechos da estrada que estava interditada em meia pista para manutenção.











Mais à frente, já com fome, resolvemos parar numa cabana no meio do nada. Pedimos truta frita e sopa de carneiro. Foi o meu erro.


Tenda onde vendia refeição
Truta frita, sopa de carneiro e dois chás de folha de coca
Passávamos por alguns vilarejos e víamos várias senhoras com roupas típicas, além de estudantes saindo da escola.



Continuávamos subindo e o altímetro chegou a acusar 4.745m. Depois descemos um pouco. Eu comecei a ficar enjoado e com dor de cabeça, já pedindo a Deus que chegássemos em Cusco. Foi um sufoco pra mim, pois Geovan nada sentia. Na entrada de Cusco, havia uma bifurcação e Geovan resolve parar pra decidirmos que rumo tomar. Neste instante, para a seu lado uma SUV perguntando se havíamos cruzado com um casal numa moto, pois ele os estava aguardando. Era o casal com o qual havíamos cruzado. Aproveita e oferece o hotel para o qual levaria o casal. Topamos na hora, pois eu já estava nas últimas.
Chegamos ao hotel e já tomo mais um chá de coca para tentar aliviar o enjoo e a dor de cabeça, mas não resolve. Só depois, ao chamar o amigo hugo e colocar todo o peixe pra fora, é que dei uma melhorada.

Bom, pessoal, por hoje é só.

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