terça-feira, 14 de junho de 2016

DIA 20 (14/06/2016) - Las Lomitas - Assunção

O trecho - 414 km


Acordamos cedo com o objetivo de chegarmos a Foz do Iguaçu com o sol ainda alto, mas...


O imprevisto previsível 

Dormimos e acordamos com um friozinho gostoso em torno dos 8 graus. Quando fazíamos o check out, um senhor se aproximou e nos deu um panfleto com um convite para um grande encontro internacional de moto que aconteceria em Salta. Agradecemos e dissemos que, infelizmente, não poderíamos participar, já que tínhamos ainda muita estrada pra percorrer, voltando pra casa. Ele sorriu e disse que não havia problema. Deu-nos o convite apenas pra buscar integração conosco, pois todos os motociclistas são hermanos, disse. Apresentou-se como Tete.
Quando pegamos a estrada, já eram 8:30h. Aproveitando o clima gostoso, ligo o Spotfy no aleatório da minha playlist e começa a tocar a música do link abaixo. Perfeita para o clima e a ocasião.


Geovan vai à frente. Aos poucos, começamos a empreender um ritmo forte, em torno de 140 km/h. O ronco da motoca, o vento frio a se infiltrar pelo capacete e a música me fazem viajar. Pura emoção. Começo a cantar e a me balançar, acompanhando o ritmo da música. Viajar de moto é assim. Não importa muito o destino, mas o caminho.
Já havíamos rodado mais de 50 km e íamos tranquilos até que, de repente, tenho a sensação de ter visto a moto de Geovan passar por alguma poeira branca que se levanta. Como chego no mesmo local e não vejo nada, estranho. Geovan começa a desacelerar e, ao chegar mais perto, percebo que a tal poeira branca era o pneu que havia furado. Paro e vejo o estrago. O pneu não servia para mais nada. 



Ficamos uns cinco minutos pensando no que fazer. À frente, avisto uma árvore com sombra e uma casa próxima.  Sugiro que sigamos para lá. Quando nos aproximávamos, quatro cachorros bravos latindo vêm em nossa direção. Um quinto cachorro, pequenininho, mancando de uma pata, também avança. Era um misto de latido e abanação de rabo. Geovan hesita. Logo percebo que não são tão ferozes assim. Apenas latiam para estranhos que invadiram seu espaço. Paramos as motos e pensamos no que fazer. Só havia uma solução: tentar encontrar um pneu na cidade que dormimos. Retorno e Geovan fica pra ir tirando a roda. Depois ele confessa que nunca havia trocado um pneu de moto antes.
Retorno direto ao hotel onde havíamos dormido e procuro pelo senhor que nos dera o panfleto. Afinal, se era amante de moto, poderia nos ajudar. Encontro-o e começo a explicar a situação num portunhol sofrível, mas ele não entende direito. Tento dizer que meu amigo havia rasgado o pneu e precisaria encontrar outro para comprar. Ele entendeu algo como sendo o problema na transmissão da moto. Acabo levando-o até minha moto para mostrar-lhe do que realmente se tratava. Aponto para o pneu e finalmente ele diz: "ah, é a cobierta". Ele me ensina onde posso encontrar. Quando saio do hotel, um rapaz  que escutara a conversa com Tete pergunta se não queria que fosse buscar a moto em sua camionete. Digo-lhe que se não encontrar o pneu, talvez vá precisar sim. Vou até o "repuesto", como chamam, atrás do pneu. Lá chegando, pergunto pelo pneu 130/80-17. O atendente vai ao depósito verificar e a pequena demora em retornar, me deixa apreensivo. Lá vem ele com um pneu e me bate um alívio. Não era da mesma referencia, era um 130/70-17. Só era um pouquinho mais baixo, mas dada a situação, servia. Passo pelo hotel novamente e lá estava o rapaz que havia oferecido a ajuda. Mauro era o seu nome. Acabo aceitando e vamos juntos até Geovan. Lá chegando, o pneu já estava sacado. Pegamos o pneu e vamos a uma "gomeria" numa cidadezinha chamada Virgem de Los Pobres, a 5 km de onde estávamos. Lá, José, o "gomeiro ", troca o pneu rapidamente.



Retornamos e tentamos colocar o pneu. A habilidade minha e de Geovan era total, pra não dizer o contrário. Observando, Mauro parecia impaciente com a nossa destreza. De repente, ele senta no chão, arregaça as mangas e nos ajuda a colocar. A coisa flui mais rápido. Depois de tudo concluído, nos despedimos e agradecemos a ajuda.



Continuarmos a viagem. Mais à frente, encontramos Tete e a família. Ele fica feliz em saber que deu tudo certo. Estava com a família também indo para Assunção, onde pegaria um voo para os USA pra assistir à Argentina  na Copa América. Tiramos fotos e trocamos WhatsApp.


Chegamos na aduana e somos atendidos rapidamente. Depois, quando entramos em Assunção, era quase 17:00h. Percebo que a nossa meta de dormir em Foz já não seria factível e resolvemos dormir mesmo por aqui.

Amanhã, estaremos em Foz, mas já é outra história. Até lá.







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